Pesquisadores acham falhas de segurança em robôs de telecirurgia
Robôs permitem a realização de cirurgias remotas. Hackers podem interferir com procedimentos, alertam especialistas.
Pesquisadores encontraram falhas de segurança em robôs usados em procedimentos cirúrgicos remotos. O estudo revela que é possível realizar ataques para interferir com os comandos enviados pelos médicos, colocando a vida do paciente em risco. Foi possível atrasar, alongar, encurtar e anular instruções passadas pelo cirurgião à máquina. Em um dos testes, os pesquisadores obtiveram o controle total do equipamento.
A pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos e contou com a participação de seis pesquisadores dos departamentos de engenharia elétrica e ciência da computação da Universidade de Washington: Tamara Bonaci, Jeffrey Herron, Tariq Yusuf, Junjie Yan, Tadayoshi Kohno e Howard Jay Chizeck. O estudo foi publicado em meados de abril.
Os especialistas analisaram a segurança do robô Raven II, mas destacaram que os ataques demonstrados são uma preocupação para qualquer outro equipamento de telemedicina, especialmente quando este for utilizado em conjunto com uma rede pública como a internet.
Os pesquisadores recomendaram que novos robôs adotem comunicação criptografada e recursos para verificar a integridade dos comandos recebidos. Com isso, o robô pode ser capaz de reconhecer qualquer interferência.
O estudo admite que essas funções de segurança podem deixar mais lenta a interatividade do robô com o médico, mas testes feitos pela equipe demonstraram que não há impacto significativo na criptografia dos comandos. A transmissão do vídeo, por outro lado, pode não ser viável, gerando um impacto à privacidade do paciente.
Telecirurgia
A primeira cirurgia feita remotamente com o auxílio de um robô ocorreu em 2001. O cirurgião Jacques Marescaux operou, a partir de Nova York, um paciente de 68 anos que estava na França. O procedimento fez uso de uma rede de fibra ótica de alta confiabilidade.
Novos robôs são desenvolvidos para usar redes mais comuns, mas as operações ainda são consideradas experimentais. A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos Estados Unidos (Darpa) está investindo na tecnologia e pretende adotar equipamentos chamados de "Trauma Pods" para tratar soldados feridos em combate sem colocar a vida dos médicos em risco.
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